12.3.06

Flor

Cresce a florir e não pára. Segue na rua da Primavera mas depara-se contigo. Nervoso e trémulo pára… Para sempre. Olha-o e contorna-o… Passou, passou e não voltou sequer a olhar para trás para ver como o deixou destroçado. Seguiu, como tudo aquilo fosse normal esquecendo-se de que ali plantou um amor. Não lhe ligou! Esqueceu-se dele e todos os dias por ali passava naquela correria de uma verdadeira flor. Ele estava lá, parado e descansado porque sabia que ela por ali ia deixar outra vez o seu perfume. Ela não lhe olhava, nem mesmo havia voltado a contorná-lo. Ele enraizado não se mexia… Jamais ousava tocar-lhe, mas a sua dor começava a magoar. Até ao dia. Quando numa das muitas viagens ela parou, olhou-o e queria abraçá-lo. Queria sentir a sua sombra de Verão e calor de Inverno. Já não havia mais, o amor caiu, estava ali de rastos e sem força para revitalizar. Ela deu-lhe a mão mas mesmo assim não houve reacção. As suas lágrimas formaram uma poça única e pura. Ela olhou para trás e não quis continuar mais. Ficaram os dois, privados de qualquer movimento ou sensação.

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José Daniel Silva

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