14.12.05

Incoerência?

Sabe-se de antemão que o jornalismo tem a capacidade única de monopolizar os mercados. Tem o poder de captar as atenções e alterar a opinião da maior parte das pessoas acerca de qualquer tema. Posto isto, e sabendo que os jornalistas portugueses tem uma qualidade e capacidade bastante aceitável, pecando apenas por ter nascido neste pequeno país "à beira mar plantado", torna-se pertinente colocar em causa algumas opções que esta classe toma, de forma a conseguir atingir um maior número de público.Refiro-me mais concretamente ao recente inquérito que se encontra na edição on-line do "Diário de Notícias" (www.dn.pt). Sendo este um jornal de referência a nível nacional que tem, a meu ver, a par do periódico "Público", a melhor qualidade e grafismo no domínio Web, penso que este tipo de inquéritos são realizados com outras intenções ou falta de bom senso por parte dos autores. Ora, para os mais distraídos, aos cibernautas é apresentada a seguinte questão: Crise francesa pode chegar a Portugal? Sim, Não e Talvez apresentam-se como únicas respostas. Agora pergunto eu. Será que quem lê aquilo pode pensar que a pergunta se refere à crise financeira? Sinceramente acho que sim, porque não só de revoltas populares vive o país em questão. Ainda há mais, respostas como estas não chegam. Nem toda a gente está completamente informada acerca do tema, logo para quê votar "às cegas"? Perguntam vocês quem sou eu para colocar isso em causa e, aliás, pode até parecer um pouco crítico da minha parte, mas um jornal de referência como este não deveria estar acessível a todos, informar a população uniformemente e inter comunicar com todos os seus leitores sem excepção?
Neste caso isso não acontece, por isso Srs. directores e chefes de redacção se não se importam... "Pratiquem" jornalismo e deixem de parte todas as guerrilhas políticas que se podem vir a formar, deixando a vossa redacção replecta de informação bombástica para lançar em manchete.

José Daniel Silva

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