Bravo

Após mais alguns dias de interregno, cá estou eu para descrever um daqueles momentos que irá ficar guardado na memória para sempre.
Falo do concerto de Antony and the Johnsons. Falo de algo fenomenal. Aquela claustrofobia de sensualidade, provocação e arte em palco fez-me prender à cadeira, do principio ao fim, sem conseguir desviar o olhar de tudo o que se passava em cima de palco. Aquela jução entre a performance artística e a música pura e comercial... Tão simples, mas ao mesmo tempo tudo tão complexo e elaborado no trabalho de Charles Atlas que proporcionou uma viagem pelo mundo da imagem e dos diferentes pontos de vista.

Todo este requinte se aliou ao majestoso Theatro Circo, que finalmente me faz orgulhar do estatuto de bracarense. Um espaço único, deslumbrante e ao mesmo tempo "assustador".
Mas voltando a Antony, o espectáculo durou cerca de hora e meia e fez "rodar" cerca de uma dezena de modelos femininos em palco, que focaram a indecisão física que todos nós estamos sujeitos (Antony é concerteza um deles). Este começou calmo, seguro de si e pouco comunicativo proporcionando movimentos dignos de uma epilepsia corporal tenebrosa. Mas o final teve de se tornar obrigatoriamente arrebatador ao criar um arco emocional de registo, facto que lhe valeu uma ovação em pé com mais de cinco minutos... A visivel alegria e emoção de Antony era sentida pelos espectadores que lotavam o espaço. Noite em grande, com boa companhia e muita animação à mistura!!!
Uma última palavra que me vai fazer recordar toda a noite: BRAVO!!!

Daniel Vieira da Silva